15 de março de 2010

Governo cubano financia operações de mudança de sexo para Trans

Yiliam González de amarelo cumprimenta vizinhos

Olhar no espelho costumava incomodar Yiliam González. "Eu me via, e meu corpo não tinha nada a ver com a pessoa que sou", disse González, 28 anos, uma pianista que toca em casamentos e costumava atender por William antes de realizar uma operação de mudança de sexo custeada pelo serviço nacional de saúde cubano.

Com altura de 1,83m, cabelos loiros à altura dos ombros, maquiagem e uma carteira de identidade que ainda porta seu nome masculino, González passou pela cirurgia em 2008.

Ela é uma das oito cubanas Trans que se beneficiaram de um programa criado em 1988, mas suspenso por duas décadas depois que muita gente se queixou de que o governo comunista do país tinha coisas melhores em que gastar seu dinheiro.

As cirurgias foram retomadas, com o estímulo de Mariela, filha do presidente Raúl Castro e a principal defensora dos direitos dos Homossexuais cubanos, e outras 22 Transexuais estão na fila à espera de realizá-la.

Mariela Castro afirma que o governo está procedendo de modo cauteloso, realizando apenas algumas operações a cada ano. "Houve muita resistência, porque a homofobia continua a ser forte em nossa cultura", ela declarou em uma recente conferência sobre sexualidade.

Embora as piadas sobre Gays continuem a ser comuns em Cuba, campanhas de mídia do governo agora desencorajam a homofobia. Centenas de Homossexuais cubanos marcharam pela elegante alameda La Rampa, em Havana, no segundo trimestre do ano passado, apenas um ano depois que as autoridades haviam proibido um desfile do Orgulho Gay.

"Gostaria de imaginar que a discriminação contra os Homossexuais é um problema que está sendo superado", disse o ex-presidente Fidel Castro em uma série de entrevistas ao jornalista francês Ignario Ramonet, entre 2003 e 2005. "Os velhos preconceitos e a mentalidade estreita serão cada vez mais coisa do passado".

Mais de dez médicos realizam entre mil e duas mil cirurgias de mudança de sexo a cada ano nos Estados Unidos. O Canadá, Reino Unido, França e Brasil, entre outros países, oferecem cirurgias de mudança de sexo financiadas pelo governo.

San Francisco começou a pagar pelas cirurgias de mudança de sexo dos funcionários públicos municipais em 2001, e Fort Worth, Texas, está estudando a possibilidade de fazê-lo.

Alguns grandes empregadores dos Estados Unidos, como a IBM e a Universidade da Califórnia, negociaram contratos com suas operadoras de planos de saúde a fim de cobrir o procedimento, conhecimento medicamente como "cirurgia de redesignação sexual", e outras empresas de seguro-saúde começaram a cobrir pelo menos parte do tratamento requerido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails