31 de agosto de 2011

Justiça do Rio de Janeiro realiza o primeiro Casamento Gay do Estado

João Batista e Cláudio Nascimento

A história de amor entre Cláudio Nascimento Silva e João Batista Pereira da Silva ganhou agora oficialmente o selo da Justiça. Em uma cerimônia no cartório da 7ª Circunscrição no Estácio eles se tornaram o primeiro casal Gay do Estado do Rio de Janeiro com direito à certidão de casamento.

A troca de alianças chamou a atenção de testemunhas e convidados, cerca de 150. Em vez de um anel para simbolizar a união, o casal optou por duas. "Uma delas é de ouro e a outra de tucum (tipo de madeira), que representa os direitos humanos", explicou o cabo reformado da Marinha e assistente social, João da Silva, 40 anos.

Já o superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria de Direitos Humanos do Estado, Cláudio Nascimento da Silva (ele incluiu o 'da' no nome de casado), garantiu que está nos planos a adoção de uma criança. "É preciso planejamento financeiro e controle emocional porque criança exige cuidado, mas queremos", contou.

Com mais de mil cerimônias matrimoniais no currículo, o juiz de paz Leandro de Oliveira Rodrigues disse que encarou o primeiro casamento Gay de sua carreira com muito orgulho. "É um marco para a sociedade carioca. São cônjuges e têm direitos iguais a qualquer casal", explicou Leandro. Com três recepcionistas Drag Queens na porta, a festa foi realizada em restaurante ao lado do cartório.

O casal, em união estável desde setembro, pediu a conversão para casamento civil em 1º de julho. Dia 15 de agosto o juiz da Vara de Registros Públicos, Fernando Cesar Ferreira Viana, deu sentença favorável a Cláudio e João, mas a notícia só chegou em agosto. Entre as 6 testemunhas do casamento, estavam o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, e o desembargador Siro Darlan.

"Com esse manto de legalidade, eles dão um tapa de cidadania no ódio homofóbico. Depois que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a união civil, agora juízes e cartórios a transformam em casamento", resumiu Minc. "O Brasil precisa ser uma república inclusiva, que respeita a dignidade do ser humano", concluiu Darlan.

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