30 de novembro de 2014

Uma conversa de 20 minutos é capaz de mudar a opinião de um homofóbico

Homofóbico conhece um Gay pessoalmente e seu coração muda

Um estudo publicado na revista Science revelou que uma conversa de 20 minutos pode mudar a opinião dos eleitores americanos sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

O professor de Ciência Política da Universidade de Colúmbia, Donald Green, e o doutorando da Universidade da Califórnia (UCLA), Michael LaCour, realizaram um experimento nos Estados Unidos para analisar o impacto nos eleitores conservadores ao falar com ativistas Homossexuais.

O estudo, intitulado "When contact changes minds: An experiment on transmission of support for Gay equality" ("Quando o contato muda opiniões: Um experimento sobre a transmissão de apoio à igualdade para os Gays"), foi publicado na versão digital da Science.

Os pesquisadores partiram da premissa de que o contato pessoal ao longo do tempo pode reduzir a hostilidade e os preconceitos entre pessoas de diferentes grupos e questionaram se uma discussão breve e ativa daria resultados semelhantes.

O resultado surpreendeu os próprios pesquisadores, já que além de detectar um aumento no apoio ao Casamento Gay, o efeito se manteve até nove meses após uma única conversa, comprovaram em uma nova consulta.

"Quando aqueles a quem se nega o casamento igualitário têm nomes e rostos, os corações e as mentes se abrem", indicou LaCour, autor principal do estudo.

LaCour e Green fizeram a pesquisa com uma amostragem de 9.500 eleitores dos distritos eleitorais que votaram pela proibição do Casamento Homossexual na Califórnia, em uma área particularmente conservadora.

Os pesquisadores dividiram os eleitores de maneira aleatória em vários grupos que receberam um telefonema ou uma visita pessoal de ativistas Homossexuais ou heterossexuais para discutir sobre o casamento do mesmo sexo e outros temas.

Os ativistas Homossexuais perguntaram sobre o lado bom do casamento, que benefícios viram em familiares e amigos e, no final, revelaram sua orientação sexual e explicaram sua postura; enquanto os pesquisadores heterossexuais mencionaram que uma pessoa próxima deles Gay poderia se casar se o casamento fosse aprovado.

Três dias depois, em uma pesquisa de acompanhamento, os analistas detectaram que aqueles que não receberam a visita dos ativistas mantiveram a postura contra, mas entre os que sim, o apoio aumentou oito pontos percentuais.

Três semanas depois, o apoio entre os que receberam a visita dos ativistas heterossexuais voltou a ser negativa, mas entre os que conversaram com um ativista Homossexual a mudança de opinião se manteve e, em pesquisas posteriores também.

"Você se esquece da mensagem, mas lembra do mensageiro", explicou LaCour.

Além disso, os familiares dos eleitores que falaram com um ativista heterossexual não mudaram de opinião sobre o casamento Gay, mas, entre os familiares de quem falou com um Homossexual, o apoio aumentou três pontos percentuais.

"Isto nos sugere que as opiniões são reforçadas em conversas domésticas", indicou Green.

Felizmente, em junho de 2013, a Corte Suprema suspendeu o bloqueio existente sobre a realização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Hoje o Casamento Gay já é legalizado em 20 estados americanos e está em vias de ser aprovado no país inteiro.

No mundo todo, 18 países já aprovaram o Casamento Gay, inclusive o Brasil. É uma tendência mundial crescente e irreversível de reconhecimento de direitos iguais.

Rapaz Gay foi rejeitado pela família e adotado por uma mãe amorosa nos EUA

Mindy abraça seu novo filho Gay adotivo Corey Nichols

Corey Nichols, um jovem de 15 anos que vive em  Michigan, nos Estados Unidos, percebeu que enfrentaria problemas quando um dia, vendo TV em casa, ouviu seu pai dizer: "Se algum Gay vivesse nesta casa, eu dava um tiro em sua cabeça com a minha arma". 

Corey vivia até então em uma realidade de mentiras: ele tinha namorada, era cortejado pelas meninas na escola e escondia de todos que era Homossexual.

Um dia, ao voltar bêbado de uma festa, Corey entrou na internet e publicou uma mensagem relatando seu desespero. "Eu quero me matar, não estou brincando", escreveu.

Quem leu o desabafo foi Mindy, mãe de três filhos, entre os quais Aubrey, amiga do rapaz. Aubrey revelou à mãe que Corey estava ficando doente e que seus pais não estavam nem aí para ele.

Quando finalmente Mindy conheceu o rapaz, ela percebeu que ele realmente não estava bem. Pálido, Corey foi diagnosticado com início de pneumonia.

Quando se recuperou, Corey entrou em casa decidido a contar aos pais que era Gay. A resposta veio com um soco na cara que recebeu do pai, que disse que nenhum Gay moraria em sua casa e que o demônio estava em sua frente. O rapaz se trancou no banheiro para não ter que agredir o pai e saiu de casa quando todos já estavam dormindo.

De volta aos braços de Mindy, Corey contou que tinha sido rejeitado pela sua família. Ele foi acolhido por todas as pessoas da nova casa e permaneceu por lá mesmo, até que Mindy decidiu entrar com uma ação pedindo a guarda do rapaz. A família biológica assinou os papéis prontamente e o jovem foi oficialmente adotado.

"Eu quero que o mundo veja a dor de Corey e saiba que isso não é necessário. A sexualidade é uma parte tão pequena do que somos. Ele é um garoto extremamente inteligente e amoroso, e por quem ele é atraído ou com quem ele escolhe se casar é de pouca importância", disse Mindy para um programa de rádio da Califórnia.

O exemplo dessa mãe adotiva de coração generoso foi aplaudido no país inteiro e abriu espaço para o debate sobre a situação de vulnerabilidade pela qual muitos jovens Gays têm que enfrentar por culpa das religiões e da homofobia que pregam.

Polônia elege seu primeiro prefeito abertamente Gay

Prefeito Gay Robert Biedron

A Polônia deu um importante passo em favor da tolerância no país e elegeu o seu primeiro prefeito declaradamente Gay.

O ativista arco-íris Robert Biedron conquistou 15.308 votos - 57% do total - e se elegeu prefeito da pequena cidade de Slupsk, no norte da Polônia.

O novo prefeito disse que fará um mandato bastante modesto, já que a cidade é uma das mais endividadas do país. “As três limousines disponíveis para o prefeito não serão minhas, já que irei a todo lugar de bicicleta”, afirmou.

Em 2011, Biedron já havia feito história no país ao se tornar o primeiro deputado abertamente Gay. Ele tem 38 anos, é pós-graduado em Ciência Política e Social e foi o criador de uma campanha contra a homofobia na Polônia.

Líder que pregava a cura Gay desiste e se casa com um homem

Larry McQueen e John Smid

Durante 18 anos, o norte americano John Smid liderou o grupo “Amor em Ação”, da Igreja Exodus Internacional, que entre seus slogans e “verdades” pregava que a Homossexualidade era pecado.

O grupo de terapia de conversão e a igreja acabaram em 2011. Hoje Smid se dedica a pregar o amor em sua nova entidade, a “Truth Wins Out”, que prega exatamente o contrário da igreja que provocou dor por décadas e difundiu a ideia de que deus não ama os Gays.

Recentemente ele anunciou que se casou com seu noivo Larry McQueen, que conheceu na entidade de ex-Gays. 
“Conheci McQueen gradualmente, até que chegou um momento em que descobrimos que queríamos conhecer melhor um ao outro por meio de uma relação amorosa”, afirmou o homem que disse que se arrepende do seu passado e erros e que hoje é muito mais feliz.

Para ele, depois de anos rezando e percebendo sua infelicidade e falta de resultado, foi preciso escolher entre sua felicidade ou a mentira que criou.

"Por 24 anos eu rezei até cansar. Eu tive esperança pelo impossível. Eu acreditei com fé que algo aconteceria e nunca aconteceu. Então na minha idade, eu não tenho muitos anos pela frente, não posso viver assim para o resto da minha vida. Eu não estou disposto a continuar esperando por algo que nunca irá acontecer", desabafou Smid.

Os dois se casaram em 16 de novembro em Hugo, no estado de Oklahoma, mas moram no Texas, que por enquanto ainda não reconhece o Casamento Gay.

Brasil realiza quase 4 mil Casamentos Gays só em 2013

O Casamento Gay já é uma realidade no Brasil

As Estatísticas do Registro Civil, divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que foram realizados no país, no ano passado, 3.701 casamentos entre pessoas do mesmo sexo. A maioria dos casais (52%) era formada por mulheres. São Paulo liderou o número de casamentos.

Esta é a primeira vez que a pesquisa investiga o casamento entre pessoas de mesmo sexo, graças a uma aprovação do Conselho Nacional de Justiça (Resolução nº 175) que possibilita esse tipo de levantamento.

Em média, a idade dos casais Homoafetivos foi 37 anos para os homens e 35 anos para as mulheres. Nos registros de casamento entre pessoas de sexo diferente, as idades ficaram em 30 anos para os homens e 27 para as mulheres. A maioria era solteira ao se casar - 82,3% dos casais masculinos e 75,5% dos femininos nunca haviam se casado antes.

O superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos e coordenador do Programa Estadual Rio Sem Homofobia, Cláudio Nascimento, e seu marido, João Silva, foram os primeiros a se casar no estado do Rio de Janeiro, em 2011.

Hoje, ele ajuda a transformar em realidade o sonho de centenas de casais Homoafetivos. A superintendência promove desde 2011 cerimônias coletivas de casamento, que já beneficiaram mais de 500 casais. Em novembro foi celebrada a maior cerimônia desse tipo no porto do Rio.

“Aumenta, cada vez mais, a procura de casais Homoafetivos para formalizar a união, para gerar mais segurança à relação, para adotar uma criança, aumentar a família, comprar um patrimônio”, comentou Nascimento.

“Não basta ter o direito, é preciso dar à população LGBT condições de acesso a esses direitos, por isso fazemos cerimônias coletivas”, acrescentou. Segundo ele, essas cerimônias também servem para preparar oficiais e escrivães dos cartórios para a nova realidade.

O Supremo Tribunal Federal reconheceu em maio de 2011 a legalidade da União Homossexual estável. Os casais Homoafetivos podem registrar casamento civil em todos os cartórios do território brasileiro.

Chile será o próximo país a aprovar o Casamento Gay

A presidente Michelle Bachelet apóia o Casamento Gay

O Chile pode ser o quarto país da América do Sul a aprovar o Casamento Gay. O projeto de lei sobre o assunto deve ser apresentado na Câmara dos Deputados em breve.

O projeto é uma força-tarefa de várias legendas, como o Partido Socialista e o Partido pela Democracia e Amplitude e tem apoio da presidente Michelle Bachelet.

Como o governo de Michelle tem maioria, tanto na Câmara quanto no Senado, há uma expectativa grande de que a lei se torne realidade em breve.

No continente, Brasil, Argentina e Uruguai já reconhecem o Casamento Homossexual.

Empresa homofóbica pede perdão e se torna aliada dos Gays

Milhares de protestos surgiram na Internet 

Depois de ter ficado marcada por uma declaração ofensiva aos Gays em 2013, a Barilla virou o jogo e conseguiu entrar na lista de empresas amigas dos LGBT deste ano, feita pela organização norte-americana Human Rights Campain (HRC). 

À época, Guido Barilla, presidente da fabricante de massas que leva seu sobrenome, disse que casais Gays jamais estrelariam os comerciais de sua companhia porque preferia a "família tradicional".

A afirmação, feita a uma rádio italiana, custou muito, muito caro à empresa. O assunto repercutiu no mundo todo e consumidores convocaram um boicote à marca, acusada de não respeitar a diversidade.

Não pegou nada bem e Guido Barilla foi a público pedir perdão oficialmente, não uma, mas duas vezes. Mas parece que a empresa aprendeu a lição. Pela primeira vez, ela aparece na seleção da HRC (feita nos Estados Unidos há 13 anos) e já cumpre 100% dos requisitos estabelecidos pela organização. 

Só integram a lista companhias que cumprem quatro objetivos principais: 01) oferecer benefícios para cônjuges do mesmo sexo de seus funcionários, 02) não ter discriminação de benefícios para empregados Transgêneros e seus dependentes, 03) demonstrar competência em gerir questões LGBT, 04) se comprometer publicamente com essa comunidade a defender a igualdade de direitos. 

A Barilla, junto com outras 365 companhias, foi aprovada em todos os critérios. A criação de um "conselho de inclusão e diversidade" pela companhia, há um ano, certamente teve influência nesse resultado.

A ideia do comitê era, basicamente, consultar especialistas e ativistas para definir estratégias e metas estruturadas para melhorar a diversidade internamente. 

"Todos nós aprendemos muito sobre a real definição e significado de família, e no decorrer do ano passado, trabalhamos muito para refletir isso em toda nossa organização", disse Guido Barilla. 

Entre as empresas consideradas amigas dos LGBT pela HRC neste ano, 89% têm proteções explícitas contra a discriminação por identidade de gênero e oito em cada dez incluem essas questões em treinamentos corporativos.

Além disso, mais da metade delas já oferecem seguro saúde a profissionais Transgêneros. Em 2002, nenhuma fazia isso.

Cantores de música country saem do armário nos EUA

Ty Herndon e Billy Gilman

O tradicional mundo da música country, ancorado na vida rural e conservadora dos Estados Unidos, está finalmente se modernizando com as revelações sobre a Homossexualidade de alguns cantores. Dois conhecidos nomes resolveram sair do armário com apenas algumas horas de diferença, na semana passada.

O primeiro, Ty Herndon, de 52 anos, é uma estrela nos EUA desde os anos 1990, conhecido por suas músicas cristãs e românticas. Herndon abriu o coração à revista de fofoca People: "Sou um homem Gay orgulhoso e feliz".

Casado duas vezes, Ty Herndon reconheceu que lutava interiormente desde a infância para assumir sua Homossexualidade. Agora ele tem um marido lindo e garante ter reconciliado sua fé e sua orientação sexual.

O outro é o jovem cantor Billy Gilman, 26, que postou no YouTube um vídeo para confirmar a sua Homossexualidade. Ele já vendeu 5 milhões de discos e seus primeiros sucessos datam de 2000, quando tinha 11 anos.

Indianos realizam Parada Gay em Nova Délhi

O povo foi às ruas lutar por direitos iguais

Centenas de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transexuais (LGBT) lembraram o governo indiano de que existem em uma festiva Parada do Orgulho Gay em Nova Délhi, realizada depois de a justiça criminalizar as relações Homossexuais.

Com o lema 'não há marcha à ré' e entre danças, músicas e slogans, a comunidade LGBT da capital se manifestou contra o artigo 377 do Código Civil que proíbe as relações 'contra natura'. A lei foi restaurada pela Corte Suprema em dezembro, quatro anos depois de ter sido declarada anticonstitucional.

'Sou Gay', gritavam manifestantes, ao que outros participantes respondiam 'está bem', em um ambiente colorido com pessoas fantasiadas e algumas com máscaras.

'Azadi' (liberdade em híndi) foi outra das palavras de ordem proclamadas contra a repressão sofrida pelos indianos.

"É uma forma de dizer ao Supremo e ao governo: olha, ainda existimos. Estamos aqui. Somos gays e estamos orgulhosos", disse Rafiul Alom, estudante universitário de Literatura Inglesa de 23 anos.

Além de pessoas da Comunidade LGBT, estiveram presentes heterossexuais que queriam mostrar apoio à causa.

O artigo 377, uma lei britânica de 148 anos de antiguidade, da época vitoriana, prevê penas de até 10 anos, mas não costuma ser aplicada, sendo mais usada pela polícia para chantagear Gays, segundo os ativistas.

Apesar da ilegalidade das relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo, a Corte Suprema indiana reconheceu em abril os Transexuais como um 'terceiro gênero', diferente do masculino e do feminino, medida que pretende acabar com a discriminação.

Finlândia se torna o 18º país do mundo a aprovar o Casamento Gay

Finlandeses comemoram em frente ao Parlamento 

O Eduskunta, parlamento finlandês, aprovou a legalização do Casamento Homossexual no país por 105 votos a favor e 92 contra.

Os Verdes, a Aliança de Esquerda e os Social-Democratas votaram favoráveis à nova lei. Por outro lado, os deputados democratas-cristãos e ultranacionalistas se opuseram e perderam.

A Finlândia era, até agora, o único país nórdico que não reconhecia o casamento entre pessoas do mesmo sexo, um direito que foi aprovado na Suécia e Noruega em 2009, na Islândia em 2010 e na Dinamarca em 2012.


A mudança legislativa aprovada tem sua origem em uma iniciativa popular apresentada em 2013 que recolheu 167 mil assinaturas, mais do triplo do que o necessário, o que forçou sua tramitação parlamentar.


Com esta decisão do Eduskunta, a Finlândia se torna no 18° país do mundo que reconhece o Casamento Homossexual, junto com a Argentina, Bélgica, Brasil, Canadá, Dinamarca, Espanha, França, Holanda, Islândia, Luxemburgo, Noruega, Nova Zelândia, Portugal, Reino Unido, África do Sul, Suécia e Uruguai.

Além disso, ele é legal em 35 dos 50 estados pertencentes aos Estados Unidos e em algumas regiões do México, entre elas o Distrito Federal da capital.

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